The Wolf of Wall Street
Vamos ser claros desde o início: "The Wolf of Wall Street" não é uma "acusação mordaz ao capitalismo" ou uma "fábula de advertência para o nosso tempo", ou qualquer aclamação nobre comparável que possa
ser susceptível de ser lançada no seu caminho. O novo filme de Martin Scorsese é inegavelmente tópico: a história de Jordan Belfort, negociador da Bolsa em Wall Street, em que ele e os seus parceiros fizeram fortuna à custa do povo Americano e saíram praticamente livres das acusações múltiplas de fraude. Mas o filme não mostra praticamente interesse nas vítimas de Belfort, e é indiferente aos mecanismos pelos quais ele fez o seu dinheiro.
The Wolf of Wall Street é uma magnífica comédia de humor negro, rápida, engraçada e extremamente imoral. Como um "Bad Santa", Scorsese ofereceu para as férias de Natal uma exibição verdadeiramente perversa de cinema que também passa a ser entre os seus melhores filmes dos últimos 20 anos.
Baseado nas memórias da vida real de Belfort, a história segue a sua ascensão meteórica de um corretor de "bolsa de cêntimos" que opera fora da rede num shopping no final de 1980 , para um magnata de vinte e poucos anos, com mansões, uma mulher de sonho, um iate quase do tamanho do "Queen Elisabeth 2", um helicóptero e dois guarda-costas (ambos de nome Rocco). Ah, e drogas e prostitutas. Montes de drogas e prostitutas. O último, ele estima que Fornicava em média cerca cinco ou seis por semana. As drogas incluiam "Quaaludes", "Adderall", "Xanax", marijuana, cocaína (é claro), e morfina, "porque isso é incrível."
Leonardo DiCaprio faz de Belfort, narrando a sua história com a ajuda de derrubes da quarta parede (dirige-se directamente ao espectador) tais como "Não, não, não. O meu Ferrari era branco como o de Don Johnson em Miami Vice e não vermelho". Sendo um novato em Wall Street, ele absorve a sabedoria de um corretor-guru mais velho (Matthew McConaughey), que oferece lições valiosas sobre o dinheiro, cocaína, e masturbação. Belfort, pouco depois, transmite esta mesma sabedoria aos seus próprios acólitos (incluindo um muito bom e muito engraçado , Jonah Hill), e a corretora Stratton Oakmont nasce.
Stratton Oakmont é essencialmente uma empresa criminosa de colarinho-branco que extorque os seus clientes de dia e faz jogos "motivacionais" de Droga, sexo e álcool à noite, por vezes também durante o dia (eventualmente, essas actividades exigem a colocação de um sinal no escritório a dizer: "Não fornicar na casa-de-banho entre as 9 e 17." É, claro, ignorado). Estas e mais depravações continuam por cerca de duas horas e meia do filme, com algumas "close-calls" da SEC e do FBI até ao acto final, quando o tom se torna mais dramático e Belfort finalmente consegue a sua espantosamente tardia (e decididamente insuficiente) punição.
Sim, The Wolf of Wall Street , é um filme sólido de três horas. O argumento, de Terence Winter (Boardwalk Empire) , é uma maravilha à indecência, com cenas hilariantes sobre casamento entre primos, Quaaludes, e os vários graus de prostituição. DiCaprio é desmoralizante tanto como orador motivacional, como treinador de futebol, mas sempre imoral. O elenco de apoio, com Jean Dujardin, Kyle Chandler e Rob Reiner (que interpreta o pai de Belfort) é excelente.
The Wolf of Wall Street é claramente destinado a ser o filho pródigo (e, sim, ele é definitivamente um menino) de Goodfellas de Scorsese. Belfort sobe caminho desde a classe operária para uma vida de luxo, cria a sua própria família, mini-multidão de partidários criminais (não homicida), e é finalmente desfeita pelos seus apetites e vaidade. Se o lobo tem o peso ou a profundidade de Goodfellas? Claro que não. As apostas são mais baixas, o tom mais leve, os excessos maiores.
The Wolf of Wall Street não é um filme subtil, ou um filme que nos faça pensar ou mesmo particularmente inovador. Mas para aqueles susceptíveis aos seus encantos vulgares, este mais recente filme de Scorsese é um grande filme.
NOTA 9/10
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